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Ordem do Templo


Autor: IP Juan Rodrigues da Silva

Fundada em 1119, a Ordem do Templo foi um dos principais personagens na história da Europa medieval. Oficialmente reconhecida e admirada pela Igreja e pelos nobres da época, a Ordem acabou se tornando um dos maiores símbolos de Cavalaria e seu nome reconhecido em todos os territórios cruzados. Apesar de todos os obstáculos que os nobres nove cavaleiros fundadores da Ordem tiveram que enfrentar, com muita garra e fé, os Templários conseguiram se estabelecer e em pouco tempo se tornaram um exemplo de economia, arquitetura e cavalaria.
Devido ao seu grande sucesso pela Europa, muitos reis e nobres simpatizantes pela Ordem doavam grande quantia em dinheiro e terras para os Templários, assim como doavam também à Igreja, pensava-se que dessa forma, estariam contribuindo ainda mais para que os ideais do Cristianismo fossem alcançados. E isso também é um dos motivos para que comece a surgir inveja, boatos e distorção sobre os princípios da Ordem.

Com um amplo sistema bancário, os Templários foram pioneiros nas principais atividades do ramo, ainda visíveis nos dias de hoje, atividades como: O empréstimo, cartas de crédito, cheques, contas, poupanças e etc. Naquela época era possível que um viajante, seja ele pertencente da nobreza ou um simples peregrino, depositasse uma quantia em dinheiro  em uma determinada Casa Templária situada em seu território de partida e fizesse a retirada de mesma quantia em outra Casa Templária que se encontraria no destino final de sua viagem ou em meio ao caminho. Isso porque era muito complicado se dirigir a determinadas regiões, principalmente no Oriente Médio, sem encontrar pelos caminhos saqueadores, ladrões e diversos outros tipos de bárbaros locais. Contudo, este serviço assim como os outros, também era cobrado ao cidadão que o solicitasse, era paga uma taxa para isso, taxa essa que variava de acordo com o montante a ser movimentado.

Pois bem, ao longo da história os Templários se destacaram não apenas na economia, mas também na arquitetura. Suas obras e construções marcam o fim do período romântico e o início do período Gótico, que ainda hoje pode ser visto em catedrais e igrejas conservadas como patrimônio histórico daquela época. Também ótimos na engenharia marítima e com uma extensa frota de navios possuindo desde navios de transportes e mercantes até os navios de guerra, suas embarcações eram distinguidas com uma bandeira branca, com o símbolo da Cruz Templária ao centro. Tantas glórias como essas em tão pouco tempo, fez despertar interesses e curiosidades sobre tal Ordem.

Entendendo que a Ordem, se tornou uma “grande potência econômica e militar, da idade média”, podemos afirmar que os Templários eram muito bem organizados e sérios em suas atividades, pois para que uma organização prospere de tal modo em tão pouco tempo, é indispensável que seus princípios e regras sejam seguidos a risca, pouco tempo esse, que podemos estimá-lo em dois séculos, porém tendo em vista seu desenvolvimento, é realmente esplendoroso seu avanço.

Porém o grande, principal e decisivo acontecimento para a dissolução da Ordem, foi a calúnia inventada pelo rei francês Felipe IV, O belo, cujo reino se encontrava completamente endividado. Essa foi a única saída que Felipe encontrara para escapar de uma enorme dívida que possuía com os Templários. Felipe realizara muitos empréstimos com a Ordem, muitos deles para cobrir a dívida que seu antecessor deixara para seu reinado, porém, Felipe se viu sem saída, por não dispor de mais recursos para pagamento de suas dívidas. Então Felipe IV, O Belo, resolve acusar os Templários de hereges, claro, afirmação essa que os estudiosos sobre o Templarismo julgam um absurdo, tendo em vista que os Templários eram uma organização militar cujo principal princípio era realizar todas as suas ações para Deus e em nome de Deus. Com isso, Felipe pretendia extinguir a Ordem e se apoderar de seus bens, então ordenou que as forças armadas invadissem as Casas Templárias e prendessem os Cavaleiros, incluindo seus líderes. Muitos deles conseguiram escapar, porém, os que foram capturados sofreram grandes sessões de torturas e humilhações, que poderia ser interrompida se cometessem alguns atos de heresia, tais como: Cuspir e pisar na cruz, renegar a Cristo e até confessar que faziam rituais satânicos e alguns atos homossexuais. Tais especulações são baseadas em alguns relatos de espiões do governo francês que passaram algum tempo infiltrados dentro da Ordem, a fim de colher quaisquer informações ou procedimentos, que poderiam distorcer e publicar como ato herege dos membros da Ordem.

Mesmo diante de tais confissões e boatos que rodeavam os Pobres Cavaleiros de Cristo, o Papa Clemente V, solicita ao Rei que deixe o julgamento dos Templários nas mãos da Igreja, uma vez que os mesmos eram subordinados a Vsa. Santidade. Felipe IV, com medo que os Templários voltassem atrás em suas confissões em dissessem a verdade perante o Papa, Felipe nega a solicitação papal e não entrega os cavaleiros a Igreja. Clemente V insiste e depois de muito tempo e vários pedidos negados, Felipe aceita liberar alguns deles, porém, acaba liberando alguns Templários que nem eram cavaleiros, e sim trabalhadores e empregados da Ordem, sendo assim, não corria tanto o risco de o Papa acabar descobrindo a verdade. Contudo, o Papa acaba declarando inocentes os Templários, mas não faz uma declaração pública até mesmo por questões políticas, pois, o Papa se encontrava em terras francesas e por não ser um dos mais corajosos membros pontífices, preferia não ir contra as decisões do rei.

Nada esclarecido publicamente, e os Templários são queimados na fogueira dos hereges. Sendo consumido pelas chamas em 1314, o último Grão-Mestre da Ordem, Jacques DeMolay, que assistido por centenas de pessoas, faz uma intimação ao Papa e ao rei Felipe IV, O Belo, para que compareçam ao tribunal celestial em dentro de um ano, para que fossem realmente julgados com justiça, perante a Deus. Há relatos, que ao escutar o depoimento de DeMolay,  Felipe diz que cometera um erro, pois deveria ter cortado a língua do Grão-Mestre antes de executar a sentença.

E certamente se isso houvesse ocorrido talvez o Papa e o próprio Felipe, tivessem um destino diferente, pois ambos vieram a falecer no mesmo ano da morte de DeMolay, o papa porque ficara doente, e Felipe por uma queda de seu cavalo enquanto caçava a um cervo. Boatos dizem que em seu leito de morte, Felipe pronunciava “A cruz... a cruz...”, teria Felipe naquele dia, ter sido vítima de um julgamento celestial? Teria visto ele, realmente uma cruz e que essa imagem o tivesse feito se descuidar e cair de sua montaria? Pois isso permanece um mistério, um mistério que nunca será revelado, porém, uma coisa é certa: “A justiça foi feita”.

Com a morte de seu Grão-Mestre, as grandes perdas de territórios no passado e sobretudo sem ter como se organizarem para tentar reconquistar a Terra Santa, a existência dos Templários se tornara sem sentido. Sabemos que muitos deles escaparam e provavelmente se instalaram no interior da Escócia, acabaram se tornando trabalhadores locais e vivendo como habitantes da região. Como foram julgados e condenados como hereges e com sua honra manchada, o Templarismo não podia ser exercido e/ou demonstrado, então podemos dizer que a partir desse ponto, está oficialmente dissolvida a Ordem dos Templários.

Mas tal Ordem nunca foi esquecida, tanto que em meados dos anos de 1400 e 1500, começam a surgir muitas “Ordens”, ceitas ou religiões, com base nos princípios templários, outras como a Maçonaria, diziam ser descendentes da Ordem, seguindo seus fundamentos entre seus próprios conceitos.

Em 2007, finalmente a verdade vem à tona, depois de quase 700 anos vivendo na clandestinidade e sob preconceitos, os Templários são definitivamente inocentados publicamente através do artigo publicado pelo Vaticano chamado “Processus Contra Templarios”, um artigo baseado nos documentos originais de Clemente V, perdidos nos arquivos secretos do Vaticano, encontrado por uma funcionária do arquivo chamada Bárbara Frale, que também foi responsável por explicar o arquivo durante a apresentação do mesmo à imprensa.

Assim, podemos citar alguns pontos como cruciais para a dissolução da Ordem, como por exemplo: A inveja que caiu sobre a Ordem, a ganância, e incompetência de Felipe IV por não conseguir reerguer seu reino, a falta de coragem e soberania do Papa Clemente V, por se calar diante do Rei e não fazer prevalecer as ordens da Igreja, enfim, muitos fatores contribuíram para a dissolução da Ordem, porém o mais triste de  tudo, é saber que tudo isso poderia ter sido evitado, se a verdade fosse dita.

Non nobis Domine, non nobis, sed nomine Tuo da gloriam

Fontes:
·         TempleLucis
·         Os Templários – História e Mito – Michael Haag – Editora Prumo
·         Zenit.org – Processus Contra Templarios
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