Por: IP Ana Carolina Bett de Oliveira
Há coisas que o tempo não é capaz
de destruir. Nota-se que, ao longo da história, grandes feitos, criações,
instituições, surgem e deixam sua marca. Uns desaparecem, porém outros
permanecem; estão vivos desde o dia em que foram criados até os dias de hoje,
muitas vezes por um período de tempo realmente assombroso. Mesmo que o tempo
não seja capaz de destruir, ele sempre será capaz de alterar, portanto o que
era de determinada forma no passado, não será da mesma forma no presente. Assim
ocorre com um cavaleiro templário.
A Ordem do Templo surgiu na Idade
Média, em um tempo em que pessoas indefesas eram vítimas de ataques covardes
por parte de saqueadores e bandidos. Eram tempos difíceis, conturbados, onde
muitas vezes a única saída aparente para a resolução de um conflito era a
guerra. Neste tempo, o papel de um cavaleiro templário era o de ser um soldado
de Cristo no sentido literal, lutando contra aqueles inimigos que desejavam
causar dano ao que era santo e àqueles que adoravam a Deus. Eram homens de
grande fé, coragem e honra, regidos por uma rígida Regra; eram monges
portadores de espadas, dóceis na paz e terríveis na guerra. Não temiam a
ninguém, não podiam recuar perante as dificuldades e até mesmo perante à morte.
Eram humildes e obedientes, confiavam uns nos outros e respeitavam seus
superiores, agindo com impecável disciplina e ética. Foram homens de espírito
inquebrantável, tão fiéis ao Chamado de Deus que, durante a perseguição injusta
infligida pelo rei da França Felipe o Belo, nem mesmo as mais cruéis torturas
foram capazes de fazê-los trair o juramento que fizeram quando tornaram-se
cavaleiros. Em suma, eram servos de Deus dispostos a dedicar toda a sua vida a
Ele e à sua causa, sacrificando a si mesmos em todos os sentidos para que a
vontade divina fosse cumprida.
O tempo passou para estes
cavaleiros, que hoje não são exatamente como os cavaleiros medievais. Um
templário de hoje não luta mais com espadas, não vai mais à guerra contra os
sarracenos, não defende mais com armas os peregrinos que vão a Jerusalém.
Também não são mais cavaleiros monges, e não têm mais o dever de prestar os
votos de castidade e pobreza. Muitas características da atual Ordem do Templo
estão alteradas para que possam adequar-se à nova realidade, mas a grande
questão é que as diferenças, no panorama geral, acabam por ser pouco
significativas. A essência de um templário não mudou.
Se antigamente lutávamos com
espadas e escudos, hoje lutamos com as armas da fé, da esperança e da caridade,
da Palavra de Deus e da oração. Se antes combatíamos os sarracenos e os
bandidos para defender os locais sagrados e os que não tinham forças para
lutar, hoje combatemos a injustiça e os valores distorcidos que o mundo liberal
e pouco temente a Deus insiste em atirar à humanidade para corrompê-la. Se
antigamente empunhávamos armas e marchávamos nas Cruzadas, ainda hoje o
fazemos, porém nossa Cruzada é contra o inimigo espiritual, que insiste em nos
afastar de Deus. Se antes jurávamos deixar de lado nossos bens, se antes
desejávamos uma vida casta, a nós atualmente é imposta a temperança. Não precisamos
mais nos afastar do mundo, abrir mão de nossos bens, viver como monges. Ao
contrário, Deus nos coloca no mundo, deseja que nele permaneçamos, por mais
tumultuada que seja a realidade atual, para que possamos fazer nossa parte para
transformá-la, ao menos na pequena esfera do mundo em que vivemos.
O mundo mudou desde a Idade
Média, e os templários de certa forma mudaram com ele. O que vale ressaltar é
que essa transformação foi necessária, pois um soldado de Cristo sempre está
onde a batalha é mais ferrenha. Na Idade Média, a pesar de tudo, a sociedade
era fervorosa. A grande batalha era lá longe, na Terra Santa. As cidades e
feudos tinham seus cavaleiros para ampará-los, tinha uma cultura onde o
cristianismo era parte fundamental. Com a racionalização e o antropocentrismo
que se desenvolveram no período moderno, houve a secularização da sociedade, e
o homem foi colocado no centro de tudo, no lugar de Deus. E nesse tempo a
cruzada dos cavaleiros de Deus apenas mudou de forma e de lugar. Hoje o campo
de batalha é em toda a terra, contra uma cultura que insiste em tirar do homem
a fé e o amor a Deus. A batalha é contra a injustiça, a desunião, o orgulho e
todos os meios que afastam o homem de seu Criador e de sua Graça.
Mais ainda: um templário era, é e
sempre será um servo de Deus, e sempre deverá portar-se como um, independente
do contexto em que se encontre. Mesmo que as mudanças ocorram, os valores que
distinguem um templário dos demais homens nunca poderão mudar pois o Deus a
quem servimos hoje é o mesmo que os nossos irmãos do passado serviram. Ele é o
Princípio e o Fim, transcende as barreiras do tempo, e será sempre o que É, e
aqueles que O servem, portanto, até o fim, serão o que Deus sempre desejou que
sejam: Sua imagem e semelhança.
Atenciosamente,
Equipe TempleProject
Boa noite oque é necessário para entra psra ordem.e onde se locsliza o templo.
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